Eternamente

Querido Vampiro

Suavemente adormecida de tua formosa face, hei de o púrpura sugar. Então, hás de estremecer no instante em que te beijar – e qual um vampiro beijar: quando, ao fim, fremir teu corpo e em meus braços desmaiares assim como tomba um morto, então hei de perguntar: minhas lições não superam as de tua mãe bondosa?

Heinrich August Ossenfelder (1748)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Capítulo 5


Eu tive um sonho, e nesse sonho Jace vinha atrás de mim. Hoje é domingo, apesar de sermos vizinhos não vejo Jace dês de sexta, a verdade é que eu não tenho coragem de olhá-lo nos olhos dês do meu sonho, eu não consigo dormir, eu não sei se estou louca mas

- Oi Ever – Eu ouço a voz de Jace atrás de mim, eu levo um susto, os pelos da minha nuca se levantam, eu fecho o me diário e me viro para ele.
- Oi.
- Eu vim ver como você está.
- Bem, eu estou bem – eu gaguejei.
- Isso é o seu diário?
- Sim.
- Sério? Você ainda tem ele?
- Sim, ainda não joguei ele fora. Ham, por que não vamos lá fora? Você sabe, a minha mãe... eu não quero arranjar problemas.
- É claro.
Nós saímos do meu quarto, descemos as escadas e fomos até o quinta.
- Eu não te vejo dês de sexta-feira, o que aconteceu? - Ele me pergunta enquanto caminhamos pelo quintal.
- Ham, nada, eu acho. É só que ontem tive que ajudar a minha mãe com a faxina da casa e bom hoje estamos aqui. - Menti.
Ele de andar e virou para mim.
- Olha, Jane eu sei que você tem me evitado e se foi pelo beijo me desculpe, eu não quero estragar nossa amizade.
- Ham, não, não foi o beijo sabe, isso foi quinta e... Eu não sei, desculpe, talvez tenha sido o beijo.
- Jane eu não quero estragar a nossa amizade.
- Eu sei, você é o meu melhor amigo.
Ele me abraçou e sussurrou: - É somos amigos.
- Ever? - Eu ouço a voz da minha mãe me chamando.
- Desculpe, eu tenho que ir.
- Tudo bem. - Ele falou desfazendo o nosso abraço.
- Então nos vemos amanhã?
- É, nos vemos amanhã.

[…]

Jane eu não quero estragar a nossa amizade” “Eu sei, você é o meu melhor amigo” “É somos amigos”
- Jane? Jane? Você está no mundo da lua? Você vai se atrasar menina! - Minha mãe falou balançando a mão em frente ao meu rosto.
- Desculpe mãe, eu estava pensando em algumas coisas.
- É, eu sei. Ande logo, Jace já está ai na frente.
- Obrigado mãe, já estou indo.
Eu corri até a sala e peguei a minha bolsa.
- Tchau mãe - Gritei da sala
- Tchau.
Eu fechei a porta e sai correndo pelo quintal até o carro de Jace.
- Oi - Eu falei abrindo a porta do carro e entrando.
- Oi. Parece animada hoje. - Ele falou enquanto eu fechava a porta e clocava o cinto.
- É? Deve ser porque não tenho aula de química.
- Sério?
- Sim, o meu professor tem uma consulta hoje, então, sem química.
- Que sorte! Não quer emprestar um pouco dela para mim?
- Por que?
- Hoje tenho prova de matemática, acho que vou ficar na lista de provas de recuperação.
- Quando vai ser a prova de recuperação?
- Quarta.
- Que tal eu te dar aulas de reforço amanhã?
- Amanhã é terça, os seus pais sempre jantam fora terça.
- Eu sei. Então, aulas de reforço amanha na minha casa?
- Ok, se não for arranjar problemas.
Jace parou o carro então eu percebi que tínhamos chegado, o estacionamento estava lotado como sempre, os outros alunos estavam apoiados em seus carros e conversando animadamente com seus amigos. Eu e Jace saímos do carro e ele jogou o braço sobre o meu ombro e começou a falar sobre o nosso professor de literatura e como ele estava cuspindo mais do que falando quinta passada, eu estava rindo de como Jace estava contando quando vi o SUV preto estacionar a poucos metros de distancia de nós, eu instantaneamente diminui os passos.
- O que foi? - Jace me perguntou.
- Nada - Menti.
De dentro do SUV saiu Damen Dévon e Melissa de Albuquerque, a loira, alta e nojenta líder das poderosas. Damen estava com um óculos de sol e sorriu para Melissa e então passou o braço nos ombros de Melissa do mesmo jeito que Jace havia feito comigo.
- Vamos? - Falei ao perceber que estávamos quase parando.
Ele sorriu para mim e sussurrou no meu ouvido: - Admirando o garoto novo?
Eu podia sentir a sua respiração no meu pescoço e isso de certo modo me fazia cocegas. Eu virei o meu rosto para ele, nossos rostos estavam a poucos centímetros, nossos lábios quase se tocando.
- Não, desprezando.
Ele riu.
- Por causa da loira nojenta?
- É, pela loira nojenta.
- Ela é gostosa.
- Jace! - Eu falei lhe dando um tapa.
- Mas ela não é tanto quanto você.
- Ah, para com isso, tá me deixando sem graça.
- Eu sei - Ele disse rindo.
Eu revirei os olhos e então entramos no prédio do colégio, a minha primeira aula era de biologia e a dele era de matemática então nos separamos assim que o sinal tocou. Lhe desejei boa sorte e entrei na minha sala.

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