Eternamente

Querido Vampiro

Suavemente adormecida de tua formosa face, hei de o púrpura sugar. Então, hás de estremecer no instante em que te beijar – e qual um vampiro beijar: quando, ao fim, fremir teu corpo e em meus braços desmaiares assim como tomba um morto, então hei de perguntar: minhas lições não superam as de tua mãe bondosa?

Heinrich August Ossenfelder (1748)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Capítulo 3

     Já falei como Preciosa é fria? Já contei que a cidade fica no meio de um cinturão de nevoeiro? Argh! Como é frio aqui!
          Neste momento eu estou no estacionamento encostada no carro de Jace, mesmo depois daquela situação constrangedora eu e ele voltamos a nos falar normalmente... Não tão normal assim... Jace agora está me olhando de um jeito diferente, eu posso sentir isso.
          De repente todas as pessoas do estacionamento se viram para um unico lugar: o portão de entrada. Uma SUV preta deslizava pelo asfalto inpecavel de Preciosa e adentrava o estacionamento da escola. Ela deslizou para uma vaga a dez carros daonde eu estava e cochichos começaram a surgir.
         De dentro da SUV saiu um garoto, as minhas pernas ficaram bambas naquele momento...
         Ele tinha cabelos lisos e pretos que estavam estrategicamente bagunçados, um corpo na medida para sua idade, uma boca encantadora e um olhar sedutor. Ele era perfeito em todos os sentidos. Os seus olhos
verdes claros me fitavam, como se estivesse me decorando. E a cada vez em que seu peito se estufava inspirando o ar, minha respiração era cortada. Parecia que ele me roubava o ar.
        Ele passou por mim e terminou de atravessar o estacionamento, me deixando sem ar.
[...]
        A unica coiza que as garotas conseguiam fazer era falar de Damen Dévon, aquele que me tirou o ar alguns minutos atrás. O pior de tudo é que eu estou balançando a perna - tique nervoso - e com a testa franzida e as poderosas perceberam que eu estava incomodada e começaram a falar mas alto coisas do tipo: Eu peguei a senha numero um hein!, Ele é muito gostoso..., Como esse deus grego ainda não tinha vindo parar aqui?!, Meu pai conhece o pai dele...
       Aprofessora de biologia entra na sala e os alunos se virão para frente, prestando atenção nela.
       - Hoje receberemos um novo alundo na classe, espero que sejem maduros e não o receba com palhaçadas... - Ela falou severamente para os garotos que já preparavam a bolinha de papel com cola (coisa de criança né?).
      Damen Dévon adentrou a sala, e ao olhar os seus olhos novamente, perdi o ar. Seus olhos verdes claros me fitaram como no estacionamento, me examinando.
      - Esse é o Damen Dévon - Yasmim falou - Por favor sente-se na sua nova mesa, ao lado da Ever.
      As poderosas me olharam com raiva. Naquele momento eu lamentei por não ter insistido para que Jace trocasse de horário, ficando junto comigo na aula de biologia tambem.
      O que será de mim agora? - Me perguntei olhando para as poderosas.

Capítulo 2

Março...

Abril...

Maio...
     Acho que estou me acostumando, confesso que no começo eu me sentia meio deslocada o tempo inteiro, mas agora já estou acostumada com essa sensação de deslocamento. Estou agora sentada na tampa do vaso nesse cubículo do banheiro, me escondendo de tudo e de todos. Eu já tinha me acostumado com as brincadeiras das "poderosas", mas dessa vez elas passaram do limite, e eu não fiz nada! Estou toda ensopada, cheirando a coca-cola agora!
     - Princesa, sai dai agora... ninguem vai reir de você! - Falou Jace com aquela voizinha que me irritava. Aqui na escola ninguem ligava quando os garotos entravam no banheiro feminino, com o sugimento das "poderosas" virou rotina isso.
     - Já falei para não me chamar assim... E todo mundo vai rir de mim, de novo! - Falei.
     - Ninguem vai rir de você!
     Sai do cubiculo e fiquei de frente para ele, o encarando sériamente. - Ninguem vai rir?
     Ele soltou uma risadinha. - Ninguem vai rir... Só um pouco...
     - Viu!
     - Eles já riram uma vez, qual a importancia deles rirem outra vez?
     - TODA! - Gritei.
     - Ever... Não faz drama! Está todo mundo dentro de sala de aula, ninguem vai ver! Vamos, eu te levo para casa...
     - Não sei o que faria se eu não tivesse você... - Confecei
     - Você se jogaria do prédio concerteza!
     - Ahh... sem graça! - Mostrei a lingua para ele. Eu sei que eu estava agindo com infantilidade, mas eu não dei a minima.
     Ele olhou sério para mim.
     Eu sorri pra ele e peguei a sua mão. - Vamos, eu não devo estar tão mal assim... só com estrato de tomate na minha blusa e coca-cola no cabelo...
          [...]
     Jace parou o carro e frente a minha casa, naquele momento nossos olhos se encontraram, e passou o dedo na minha bochecha e colocou uma mexa rebelde do meu cabelo atrás da orelha. 
     Eu posso ter certeza que nesse momento eu estou vermelha que nem um tomate. 
     Jace se enclinou mais para perto de mim, eu podia sentir a sua respiração agora. Os seus lábios encostaram nos meus, uma, duas, três vezes. O puxei para mais perto de mim, e ele aprofundou mais o beijo. Nos separamos ofegantes. Eu sentia as minhas bochechas queimarem.
    - Eu... Eu tenho que entrar... - Falei ainda meio ofegante.
     Jace ascentiu, sai do carro com as pernas bambas e me dirigi para dentro de casa.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Capítulo 1



“Nunca é verão aqui!” Meu pai falou quando passamos pela placa avisando que estávamos adentrando a cidade, adentrando a noite fria, adentrando o nevoeiro.
Ainda me lembro muito bem daquele dia fatídico em que tive de deixar todos os meus sonhos para trás, em que tive de jogá-los no lixo. Tudo que eu sonhei está no lixo agora e não tem mais volta.
Em pensar que esse é o meu ultimo dia de férias o meu estômago se embrulha todo, como será a Academia de São Francisco? Meus pais devem está querendo mesmo se livrar de mim, a Academia é um tipo... Tempo integral literalmente! Eu vou ter que morar lá, da para acreditar?
Neste momento estou deitada na grama no quintal, de olhos fechados sentindo o cheiro de ar puro, quase desprovido de poluição, e absorvendo o pouco de vitamina D que as nuvens deixavam passar apenas
- Saia daí, vai chover! – Minha mãe grita da garagem, adentrando o carro para ir trabalhar.
- Sempre chove! – Murmurei baixinho observando as nuvens escuras formarem um desenho.
Olho as nuvens com mais atenção e vejo uma rosa se formar no céu, desvio o olhar e olho novamente, a rosa se fora. O vento soprou preguiçosamente, fazendo o meu cabelo se agitar e alguns fios caírem no meu rosto. Afastei-os do meu rosto e vejo um pingo de chuva cair lentamente ao meu lado na grama. Começou a chover mais intensamente, me levantei do chão e levantei o meu rosto em direção às nuvens escuras. E eu fiquei ali, sentindo a chuva encharcar a minha roupa e lava o meu rosto.
Tenho a sensação de estar sendo vigiada novamente, olho para a floresta do outro lado da rua e não encontro nada, apenas a escuridão que ali morava. Viro de costas para a floresta e começo a caminhar em direção a varanda da minha casa. Ouço um barulho e o olho novamente para a floresta e não encontro nada; viro-me em direção ao quintal do meu vizinho e encontro Jace retirando o cortador de grama da chuva.
 - Hey! Jane...
- Oi... – Acenei para ele. Olho para a minha casa e depois para ele – Huuu... Eu tenho que entrar...
- Oh, sim... E eu tenho que colocar isso na garagem... Então nos vemos amanhã?
- Yeh, nos vemos amanhã!

Jace: O que eu posso dizer sobre Jace além dele ser o meu melhor amigo dês de que me mudei para São Francisco? Hãn... Ele tem 1,75 metros de altura, tem cabelos negros igual carvão e olhos verdes – puxou os olhos da Sra. Auguste, eles são duas esmeraldas brilhantes – gosta de quase tudo que eu gosto, tem pavio longo ou curto certas vezes – depende da situação – e ele é um gato!

Me seco e coloco roupas novas, cheiro o meu cabelo que agora está com cheiro de melão e saio do banheiro indo em direção do quarto. Ligo a televisão e procurei algo para ver na TV. Deixei no canal da Fox onde estava passando a vigésima segunda temporada de Os Simpsons, me deitei na cama e fiquei vendo o seriado até pegar no sono.