Eternamente

Querido Vampiro

Suavemente adormecida de tua formosa face, hei de o púrpura sugar. Então, hás de estremecer no instante em que te beijar – e qual um vampiro beijar: quando, ao fim, fremir teu corpo e em meus braços desmaiares assim como tomba um morto, então hei de perguntar: minhas lições não superam as de tua mãe bondosa?

Heinrich August Ossenfelder (1748)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Capítulo 2

Março...

Abril...

Maio...
     Acho que estou me acostumando, confesso que no começo eu me sentia meio deslocada o tempo inteiro, mas agora já estou acostumada com essa sensação de deslocamento. Estou agora sentada na tampa do vaso nesse cubículo do banheiro, me escondendo de tudo e de todos. Eu já tinha me acostumado com as brincadeiras das "poderosas", mas dessa vez elas passaram do limite, e eu não fiz nada! Estou toda ensopada, cheirando a coca-cola agora!
     - Princesa, sai dai agora... ninguem vai reir de você! - Falou Jace com aquela voizinha que me irritava. Aqui na escola ninguem ligava quando os garotos entravam no banheiro feminino, com o sugimento das "poderosas" virou rotina isso.
     - Já falei para não me chamar assim... E todo mundo vai rir de mim, de novo! - Falei.
     - Ninguem vai rir de você!
     Sai do cubiculo e fiquei de frente para ele, o encarando sériamente. - Ninguem vai rir?
     Ele soltou uma risadinha. - Ninguem vai rir... Só um pouco...
     - Viu!
     - Eles já riram uma vez, qual a importancia deles rirem outra vez?
     - TODA! - Gritei.
     - Ever... Não faz drama! Está todo mundo dentro de sala de aula, ninguem vai ver! Vamos, eu te levo para casa...
     - Não sei o que faria se eu não tivesse você... - Confecei
     - Você se jogaria do prédio concerteza!
     - Ahh... sem graça! - Mostrei a lingua para ele. Eu sei que eu estava agindo com infantilidade, mas eu não dei a minima.
     Ele olhou sério para mim.
     Eu sorri pra ele e peguei a sua mão. - Vamos, eu não devo estar tão mal assim... só com estrato de tomate na minha blusa e coca-cola no cabelo...
          [...]
     Jace parou o carro e frente a minha casa, naquele momento nossos olhos se encontraram, e passou o dedo na minha bochecha e colocou uma mexa rebelde do meu cabelo atrás da orelha. 
     Eu posso ter certeza que nesse momento eu estou vermelha que nem um tomate. 
     Jace se enclinou mais para perto de mim, eu podia sentir a sua respiração agora. Os seus lábios encostaram nos meus, uma, duas, três vezes. O puxei para mais perto de mim, e ele aprofundou mais o beijo. Nos separamos ofegantes. Eu sentia as minhas bochechas queimarem.
    - Eu... Eu tenho que entrar... - Falei ainda meio ofegante.
     Jace ascentiu, sai do carro com as pernas bambas e me dirigi para dentro de casa.

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